SLB 2017

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domingo, 10 de abril de 2011

Talibãs e nazis



 
Numa semana de vitórias portistas retumbantes em toda a linha, como a vitória no clássico que representou não apenas o título nacional mas também uma celeuma sem precedentes em torno de um apagão (em que não tem faltado um tal Paulo Teixeira Pinto que ao que parece já anda a frequentar um curso de electricista), não bastassem, chega-nos um previsível comunicado do FC Porto (mais um!), desta feita em torno da nota atribuída ao árbitro do encontro Duarte Gomes. O próximo será talvez sobre a discordância de Vitor Pereira ter nomeado Jorge Sousa para o clássico do dia 20...

Curiosamente ou nem tanto, sob o acenar das bandeiras da «propaganda nazi», vimos assim coordenado um modus operandi já usado na década de 30, em que o uso dos media na fabricação da opinião pública foi um instrumento crucial não apenas para o partido Nacional-Socialista de Adolf Hitler chegar ao poder, mas também para unir as tropas e estender esse mesmo poder por toda a Europa, adoptando medidas e praticando acções que marcaram de uma forma terrivelmente negativa e para sempre, a história da humanidade.

Com o controlo da comunicação social – que os pintistas tão veementemente têm tentado distorcer com tentativas recorrentes de fazer crer que é o Benfica que tem uma «máquina de comunicação» ao seu dispôr (e atenção que ainda não chegou o Porto Canal) -, fácil é de chegar à conclusão o quão simples foi ordenar uma hecatombe e depressão para o Benfica, aumentando a temperatura em torno da estrutura encarnada, esperando que a equipa de Jorge Jesus sucumba à luz de pressões, enquanto o FC Porto soma calmamente triunfos. Mas estão muito enganados!

Escrevia Adolf Hitler num dos capítulos da ‘Mein Kampf’ (e citamo-lo para que se observe a semelhança de processos) que «a arte da propaganda consiste precisamente em ser capaz de despertar a imaginação do público através de um apelo aos seus sentimentos, em encontrar a forma psicológica adequada que prende a atenção e apela para o coração das massas nacionais. As grandes massas do povo não são compostas de diplomatas ou professores, nem tão pouco de pessoas que são capazes de formar juízo fundamentado em determinados casos, mas sim de uma multidão de crianças vacilante que oscila entre ideias».

Quanto aos métodos propriamente ditos, o III Reich referia que «a propaganda não deve investigar a verdade objectiva e, na medida que seja favorável para o outro lado; ditado pelos preceitos teóricos da justiça, deve apenas apresentar o aspecto da verdade que é favorável ao nosso lado. (...) O poder receptivo das massas é muito limitado, e seu conhecimento é débil. Por outro lado, eles esquecem depressa. Sendo assim, toda a propaganda eficiente deve limitar-se a alguns fundamentos simples e estes devem ser expressos tanto quanto possível em fórmulas estereotipadas. Estes slogans devem ser persistentemente repetidos até que o indivíduo agarre a ideia que foi apresentada. (...) Toda a mudança que é feita no assunto de uma mensagem de propaganda deve sempre enfatizar a mesma conclusão. O slogan principal deve, naturalmente, ser ilustrado de muitas maneiras e em diversos ângulos, mas no final é preciso voltar sempre para a afirmação da mesma fórmula.»

Assim foi que o partido Nazi (NSDAP), pondo a circular inverdades no diário Völkischer Beobachter, conseguiu moldar e docilizar a opinião pública, em torno dos «inimigos» judeus, com as consequências terrivelmente nefastas de todos conhecidas.

De volta ao futebol indígena e aos comunicados desviantes do FC Porto, foi esta uma época em que com mais ou menos mérito, o FC Porto foi recorrentemente beneficiado por arbitragens em contraponto com o Benfica. Foi também esta uma época que ficou marcada pelos episódios graves de duas visitas do Benfica ao Dragão (já para não falar em Braga), branqueados na medida do possível pela comunicação social, que auxiliou inclusivé a fabricação de inverdades em torno de favorecimentos do ministro do MAI e de Vitor Pereira ao Benfica.

Foi esta uma época em que se colocou Benfica e FC Porto em plano de igualdade no capítulo da violência, com a ajuda dos imparciais fazedores de opinião azuis-esverdeados que invariavelmente convergem, facilitando o propalar das falsas ideias igualitárias.

Faltava a cereja no topo do bolo do passado domingo. Assim acaba a época, com benfiquistas a sofrerem na pele o descontrolo e a ira da PSP tanto quanto os dirigentes e atletas sofreram por esses relvados e pavilhões fora em instâncias anteriores. Não apenas pagamos pela violência dos outros como ainda cumulativamente assistimos ao desplante de sermos colocados em plano de igualdade, dando margem a que volte a acontecer. Dirão que não temos autoridade moral, pudera, após as incríveis declarações do superintendente da PSP sob a falha de segurança, quando apenas as luzes que incidiam sobre o relvado foram desligadas... Mas enfim, temos mais que fazer do que estar a comentar divagações!

Por estas e por outras inverdades se torna previsível o comunicado de FC Porto em torno de Duarte Gomes, fazendo crer aos mais incautos adeptos que há efectivamente protecção ao Benfica. De uma forma simples, os azuis e brancos demonstram «perplexidade» (o que significará isso para eles?) em torno do observador Fernando Mateus, que atribuiu nota 4 ao árbitro da AFLisboa.

Podemos ler ainda que «O FC Porto apela à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga Portuguesa de Futebol para tomar medidas urgentes quanto ao desempenho imparcial das equipas de arbitragem, bem como para a designação de observadores competentes». Teremos percebido bem? Não estiveram os observadores em causa no Apito Dourado? Não nos digam que os árbitros internacionais agora chegaram lá única e exclusivamente por competência (ou que são pós-Apito Dourado)!

O objectivo é o mesmo de sempre mas agora com algumas nuances de estratégia. Flagrantemente beneficiados em mais um campeonato pelas arbitragens, esforçam-se agora sem pingo de imaginação para que as massas assimilem mais este chorrilho de asneiras da máquina de propaganda pintista (devem ter contratado um novo redactor de comunicados porque estão a aparecer umas expressões novas), em que é escolhido o timing que julgam adequado para atrofiar as mentes dos mais distraídos e daqueles que ainda acreditam nas patranhas vindas daquelas cabecinhas brilhantes. É evidente que por mais que se esforcem, por mais aliados que tenham, jamais conseguirão branquear a situação e colocar os dois clubes em pé de igualdade, mas há sempre ávidos bobbys e tarecos que tudo aborvem.

Um ano volvido desde que a providencial decisão do CJ conseguiu justificar a época de afastamento dos milhões da Champions League do FCPorto com o caso H & S, e de Pedroto se ter revoltado na sepultura pelo falhanço de uma promessa não cumprida de Pinto da Costa, voltámos à situação das massas viverem de novo o momento com uma barragem de comunicados e declarações goebellianas, suportadas por uma boa parte da comunicação social que vê nisso um manancial de temas propícios a grandes especulações e a tiragens consequentes.

É sempre hilariante ler e ouvir os pintistas debruçarem-se sobre as arbitragens. Fazem-no basicamente pelos seguintes motivos;

a) Quando são prejudicados, o que apesar de apelarmos à nossa memória e recorrermos aos nossos registos não nos lembramos que alguma vez tenha acontecido nos últimos (longos) anos;

b) Sem prejuízo da anterior, existem situações específicas, como o é quando um adversário fora do círculo das alianças faz ruído pela escandaleira. Aí faz-se passar o contrário, nem que se tenha de recorrer ao expert Rui Moreira, ou os ex-árbitros ao serviço da TVI ou do jornal O Jogo. Da própria estrutura azul e branca só em casos específicos alguém se manifesta, quando os demais não são por si só suficientes. Recordamos a este propósito o Vitória de Guimarães - FC Porto e em particular o ridículo a que se prestaram para desviar as atenções do célebre minuto 77, da birra de André Villas-Boas, do empate, e claro está, da equipa da casa ter sido espoliada;

c) Em circunstâncias como as de agora, para tentarem igualar a contabilidade do Deve e do Haver com o Benfica, e atribuir mérito à vitória na Liga, fazendo esquecer as incríveis cenas de gamanço de que os encarnados foram alvo nas 1ªs jornadas e na 22ª para arrumar de vez o campeonato. Aqui faz-se alarido (e muito) em torno de nada, como foi a arbitragem de Duarte Gomes no passado domingo.

Fica assim o aparte da propaganda pintista que, pela fertilidade de ocorrências, pensamos ser demonstrativo de que as birras dos pintistas em torno das arbitragens, como por exemplo as do Vitória de Guimarães – FC Porto e do FC Porto – Vitória de Setúbal, foram apenas uma forma pseudo-subtil de desviar as atenções e de tentar tapar o sol com uma peneira.

Com aliás este comunicado em torno do observador e Duarte Gomes que Mullah Omar certamente não desdenharia, na medida que o conteúdo do comunicado é prova viva que o FC Porto está disposto a «fazer a vida negra» a quem à luz de coerência e boa fé contradiz a sua propaganda bafienta. Assim acontece sempre que alguém não está disposto a abdicar de princípios. Ricardo Costa e e Hermínio Loureiro que o digam!

Devolvemos por isso e por inteiro os epítetos de talibãs e de nazis, cujas palavras provam sem a menor dúvida que os pintistas começam a atingir um estado de desespero tal, que já não conseguem estar um só dia que seja sem tentar insultar quem não lhes faça o jogo. Pelos vistos é uma questão de cultura...

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